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‘Medida Provisória’ estreia hoje 14 abril nos cinemas de todo o país

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Foto: Reprodução

O que esperar de um filme cujo mote principal é o retorno forçado dos brasileiros negros para África? Forte carga dramática? Muitas cenas de sofrimento? Ou um tom sombrio? Lázaro Ramos vai na contramão em Medida Provisória, sua estreia como diretor, que entra nas salas de cinema nesta quinta-feira (14).

É claro que o filme não deixa de fazer refletir sobre o tema complexo que é o racismo. Mas faz isso de uma forma acessível para o grande público, comunicando do jovem engajado à dona de casa mais distante das discussões raciais.

“Medida Provisória” é um filme de entretenimento, com estética pop. Aposta na linguagem da “distopia”, em alta no mainstream desde ‘Jogos Vorazes’ (2012), com a presença de grandes celebridades brasileiras, como Adriana Esteves, Taís Araújo e Renata Sorrah, além do anglo-brasileiro Alfred Enoch.

O roteiro é baseado no sucesso teatral brasileiro “Namíbia, Não!”, de Aldri Anunciação – que também integra o elenco como ator. Escrito originalmente em 2011, o texto foi adaptado para o cinema em 2015, sendo filmado em 2019.

O longa se passa num futuro próximo, embora não fique claro qual é a temporalidade exata. O governo brasileiro decreta uma medida que obriga os cidadãos negros a voltarem à África como forma de reparar os tempos de escravidão. É nesse contexto que vive o casal Antônio (Alfred Enoch), um advogado, e Capitu (Taís Araújo), uma médica. Também há o carismático André (Seu Jorge), um blogueiro crítico à medida.

“Medida Provisória” é tão recheado de estrelas globais que as principais vilãs do filme foram grandes vilãs de grandes novelas. Adriana Esteves vive Isabel, uma funcionária do governo responsável pela gestão do setor de emigração na área em que os protagonistas vivem. Já Renata Sorrah é Izildinha, uma vizinha aparentemente inofensiva, mas que mostra suas garras racistas quando a medida entra em vigor.

De início, a medida é apenas para voluntários, quando o filme aproveita o clima mais ameno para apostar no humor. Só uma cena de voluntários optando por países do continente africano rende várias tiragens cômicas. Esse caminho pode ser considerado até ousado pelo tema do filme, mas Lázaro Ramos optou por mostrar que filmes de temáticas negras não precisam ser tristes ou sofridos.

Quando o cerco aperta, “Medida Provisória” passeia por gêneros como thriller e drama. Após uma tensa cena de perseguição, Capitu vai parar num “afrobunker” – espécie de grupos de resistência escondidos, como quilombos do século 21, onde vivem personagens como o de Emicida.

Em meio a todo esse conflito, a história de amor de Antônio e Capitu é que vai criar uma harmonia para a narrativa, culminando num final um tanto inesperado. No geral, é um filme que cumpre o que propõe. Apenas algumas cenas soam meio deslocadas, como quando Capitu faz um desabafo durante uma discussão no afrobunker ou quando Seu Jorge se pinta de creme para barbear para soar branco, o que contrasta totalmente com o que o personagem vinha demonstrando no longa

 

 

Foto: Reprodução

Fonte: https://jc.ne10.uol.com.br/cultura/2022/04/14993061-medida-provisoria-de-lazaro-ramos-faz-refletir-sobre-racismo-com-linguagem-pop-e-humor.html

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