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VLADIMIR BRICHTA SOBRE ‘CIDADE PROIBIDA’: “SUPERDESAFIO”

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Vladimir Brichta não teve férias após o fim de Rock Story, novela em que brilhou como o cantor Gui Santiago. Com estreia prevista para setembro, o ator estará no elenco de Cidade Proibida,  nova série da TV Globo.

Na trama, baseada em O corno que sabia demais, o ator será o protagonista Zózimo, um detetive particular que acaba se relacionando com mulheres envolvidas nos casos que investiga. Para o papel da trama ambientada na década de 1950, Vladimir precisou mudar o visual, largando o cabelão de roqueiro e adotando um corte mais curtinho e bigode. Em conversa com QUEM, ele adiantou detalhes sobre a história.

O ator conta ainda que foi parado nas ruas com comentários críticos sobre a mudança no visual. “Quando eu cortei o cabelo, as pessoas me abordavam na rua com muita frequência e sempre questionando, brincando e, às vezes, até criticando o corte.”

QUEM: Cidade Proibida será seu próximo trabalho na TV. O que pode adiantar?
VLADIMIR BRICHTA: 
Cidade Proibida é uma série, que se passa nos anos 50, e é um período que a gente já tem um certo volume de material da época, mas não tem tanto como hoje em dia, como nas décadas seguintes, é claro. É um trabalho de um tom, de uma linguagem muito específica, que tem parentesco com a obra de Nelson Rodrigues, mas também tem parentesco com filme noir, com o estilo noir de contar a história de investigação. Ela se passa no Rio de Janeiro o nosso noir. É uma coisa atípica, porque você imagina o noir cheio de sombras e noite, no entanto, o Rio é uma cidade solar. É um superdesafio a gente conseguir criar essa atmosfera, que se passa no Rio de Janeiro – na época, capital federal – e achar esse tom, que não resvala para o humor, para a comédia, mas também não é um dramalhão ultra realista. Tem uma linguagem muito específica.

QUEM: Como foi o processo de preparação?
V.B.: 
A preparação foi, principalmente, buscar elementos que ajudassem a gente a entender essa linguagem, essa história. Então muitos filmes noir da época. Filmes recentes também, filmes contemporâneos, mas que visitam essa linguagem do noir, pra gente acabou sendo um pouco de referência, fez parte da preparação. Além disso, muita leitura dos textos. A gente conseguiu uma bela antecedência nesses textos, então até começar a gravar nós estávamos lendo bastante, discutindo bastante essas histórias, tentando conceituar, compreender, entender a trama. Porque faz parte também desse estilo, uma trama muito complexa, muito elaborada, então a gente perseguiu mesmo isso. A preparação se deu muito mais dessa forma, muito mais do que aprender a dar um tiro, manusear uma arma ou dirigir um carro antigo.

QUEM: A série é baseada em “O corno que sabia demais” e seu personagem é um detetive. O humor é  uma das marcas da história?
V.B.:
 A série é inspirada nesse quadrinho, que se chama Zózimo – O Corno Que Sabia Demais e isso já dá um bom indício do que vamos ver. Mesmo que não tenha esse nome, ela traz muitas situações de adultério. O meu personagem, que é esse detetive particular e ex-policial, investiga muitos casos de adultério, eventualmente com crimes envolvidos. Era comum se resolver adultério com crime, com morte, então temos muitas situações essa temática e perseguição. A série tem alguns elementos interessantes, um certo humor, uma certa bossa contida nessas histórias, que resvala numa coisa, às vezes, patética mesmo. Às vezes, o amor enlouquecido, doentio, colérico, torna os personagens patéticos. Então a gente tem o trágico, o cômico, o patético, todos esses elementos numa dose muito equilibrada, e também bastante ação. Como se passa em uma época em que o machismo era muito mais preponderante que agora, muito mais presente também, acaba brincando um pouco com o estereótipo daquele homem. Essa ideia de espionagem, de perseguição, de mulheres fatais, incríveis e apaixonantes ao primeiro olhar.

QUEM: De que forma a mudança no visual te ajudou a abandonar o Gui Santiago, seu mais recente personagem na TV, e construir o Zózimo?
V.B.:
 A questão do visual é realmente super importante para você entender um personagem. Principalmente porque eu venho de um personagem que era um roqueiro, com cabelo comprido… Aquilo é muito simbólico e marcou bastante. Tanto que, quando eu cortei o cabelo, as pessoas me abordavam na rua com muita frequência e sempre questionando, brincando e, às vezes, até criticando o corte, mas a verdade é que são signos muito fortes. Quando a gente vai para uma outra época, anos 50, você tem que ser muito mais rigoroso com essa parte de caracterização, porque as pessoas seguiam muito mais um padrão do que hoje em dia, então os homens estavam com ou sem bigode, nunca com barba, estavam sempre com o cabelo curto, não muito curtinho, mas jamais comprido. Essa caracterização é muito específica, mais rigorosa, e a gente cuidou disso com detalhe, para que ajudasse. E ajuda mesmo a compor, não só a caracterização, mas o figurino também, com terno, colete, compondo uma coisa muito mais formal. As pessoas talvez fossem mais informais nos seus hábitos, na sua conduta, mas havia um comportamento padrão, que era respeitado.

QUEM: E não rolou temo de descanso entre um trabalho e outro.
V.B.: 
Foi um curto espaço de tempo entre um trabalho e outro e eu tive que descansar o máximo que dava no pequeno espaço de tempo que tive, não só para viver essa outra história, mas para criar esse personagem. Mas me vali também do fato de que a gente teve muitas leituras. Antes mesmo de começar a fazer a novela, eu já havia lido os textos da série junto com o Maurício (Farias, diretor), junto com a equipe e depois, durante a novela, teve um período em que eu consegui me dedicar um pouco a isso. Aí eu já fui meio que cozinhando, em algum lugar da cabeça, essa figura que eu teria que compor. Isso me ajudou a não ser pego de supetão.

Fonte: http://revistaquem.globo.com/QUEM-News/noticia/2017/07/nova-minisserie-da-globo-cidade-proibida.html

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